[Resenha] A Lista - Cecelia Ahern

Título: A Lista
Autor(a): Cecelia Ahern
Editora: Novo Conceito
Páginas: 381
Ano de Publicação: 2015

Kitty Logan tem 32 anos e aos poucos está perdendo tudo o que conquistou: sua carreira está arruinada; seu namorado a deixou sem um motivo aparente; seu melhor amigo está decepcionado com ela; e o principal: sua confidente e mentora está gravemente doente. Antes de morrer, Constance deixa um mistério nas mãos de Kitty que pode ser a chave para sua mudança de vida: uma relação de nomes de pessoas desconhecidas. É com base neles que Kitty deverá escrever a melhor matéria de sua carreira. Quando começa a ouvir o que aquelas pessoas têm a dizer, Kitty aos poucos descobre as conexões entre suas histórias de vida e compreende por que foi escolhida para dar voz a elas.

♥♥♥

A Lista foi um livro que li sem muitas expectativas, não esperava muito da história, no entanto, apesar de ter uma construção de enredo consideravelmente simples, a leitura me proporcionou uma experiência bem legal e me surpreendeu pela maneira de abordar questões corriqueiras da vida de forma sutil nos fazendo enxergar sua essencialidade. 

Kitty Logan é uma jovem jornalista que está em um momento nada feliz da sua carreira. Por causa de um equívoco cometido, ela está enfrentando uma verdadeira guerra. Desde que apresentou uma matéria na qual fazia algumas acusações sobre uma pessoa que no fim das contas era inocente, a jovem vem sofrendo uma perseguição acirrada por parte das pessoas indignadas pelo acontecido. E para piorar ainda mais a situação sua amiga e chefe da revista em que trabalha, está enfrentando um câncer terminal e, antes de falecer, a mesma deixa para Kitty a missão de escrever sua última matéria, pois ela acredita na sua capacidade e não teria mais como produzi-la. 

A jovem jornalista tem em mãos nada mais que uma lista com o nome de cem pessoas para desenvolver a matéria, mas ela não tem a mínima ideia de por onde começar e como vai fazer para entrevistar toda essa quantidade de pessoas em um curto período de tempo, estabelecido pelo editor da revista que, diga-se de passagem, não dá muito crédito e não ficou nada satisfeito com a decisão de Kitty ser a responsável por escrever a última matéria da Constance.


A nossa protagonista não é lá a melhor pessoa do mundo, é um tanto egoísta, com uma personalidade forte e comete muitas falhas, mas quem nunca? Não é mesmo? Por conta da reportagem em que ela acusa uma pessoa de ter cometido um crime, sendo que a mesma era inocente, sua vida se torna um inferno. Ela realmente não sabia sobre a inocência do acusado, e por ter uma sede insaciável de se destacar na TV, foi levada a acreditar no depoimento da suposta vítima. A perseguição que sofre é implacável, sei que ela deveria ter sido mais cuidadosa, mas não foi intencional o fato de ela ter prejudicado a vida de uma pessoa inocente. Mas algumas vezes senti dó da Kitty, não só pela perseguição sofrida, mas porque parece que tudo na vida dela resolveu dar errado de uma vez só. 

A missão de escrever a matéria traz para Kitty ensinamentos e reflexões. À medida que ela entrevista as pessoas da lista, vai juntando o quebra-cabeça e desvendando qual a relação que as pessoas listadas pela amiga têm em comum. Foi gratificante acompanhar o amadurecimento pessoal da protagonista e vê-la resgatando sua essência e sua visão de mundo. Senti falta apenas de um maior aprofundamento para resolução de umas das questões crucias do enredo, fica subentendido que a situação foi resolvida, mas o leitor anseia por um desenvolvimento mais detalhado dessa parte fundamental da história.

Confesso com toda sinceridade que não esperava muito da leitura, mas consegui me envolver com a história dos personagens e terminei a leitura com o coração aquecido. Consegui sentir o que a proposta de A Lista quis transmitir e, no final das contas, nem preciso mais dizer que é um livro que indico! E a recomendação é principalmente para aqueles que gostam de histórias que abordam questões vivenciadas em nosso dia a dia, mas que nem por isso deixam de ser menos importantes e, muitas vezes, esquecemos de dar a devida atenção e relevância.     

“[..] todos nós fazemos coisas fascinantes, admiráveis e das quais deveríamos sentir orgulho. Todos os dias as pessoas fazem coisas que não são comemoradas. Coisas que deveriam ser estampadas nos jornais. Os heróis anônimos, as pessoas que não se consideram heroínas porque estão fazendo simplesmente o que acreditam que têm de ser feito em sua vida.”

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