[Resenha] Quando os Céus Conspiram - Chirlei Wandekoken

Título: Quando os Céus Conspiram
Autor(a): Chirlei Wandekoken
Páginas: 96
Ano de Publicação: 2017
Formato: ebook Kindle 
Publicação Independente

Ela sabia fazer sexo, mas ele ensinou-a a fazer amor!
Inspirado na história real de Charlotte Hayes (século XVII), uma linda cortesã de um bordel londrino conhecido como “convento”, Quando os Céus Conspiram narra as histórias de Amy Hayes e o conde Filippo Raspail. A linda camponesa escapara de ser estuprada por lorde Patchetts para dois anos depois ser violentada pelo filho bêbado de um fazendeiro. Desonrada, ela se muda para Londres em busca de trabalho. Mas Amy era bonita demais para ser empregada de uma dama. Ninguém queria aquela ameaça em sua casa. Restara a ela, portanto, A Casa das Damas, um conhecido bordel londrino que mantinha carruagem e criados de libré para suas damas da noite que eram ensinadas a se portarem como educadas ladies. Quando o visconde de Beauchamp, um dos lordes mais terríveis de Londres, tornara-se seu protetor, Amy caíra em total desgraça. Obrigada a ir com ele para Paris, num esquema de traição à Coroa Britânica, ela é salva por um cavalheiro quando tentava se matar no rio Sena. Filippo Raspail era um nobre que, como Amy Hayes, tivera um passado tremendamente infeliz. Tudo que ele queria era cumprir seus dias na terra para finalmente encontrar sua amada Juillet no outro lado do desconhecido. Morta há mais de 20 anos, ele se enterrava com ela, pois a amargura o consumia dia após dia. Quando os céus conspiraram a favor deles, Amy, que odiava todos os homens, tivera que aprender que nem todos eles eram bestas, como ela os chamava, e Raspail que a vida podia não ser tão lúgubre assim.

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Quando os Céus Conspiram vai trazer a história de Amy Hayes, uma moça do campo que foi vendida pelo próprio pai a uma cafetina, sendo obrigada assim, a “servir” a vários homens, a ser submissa e fingir ser algo que não é. No desespero por não aguentar mais a vida que leva, a moça deseja apenas a morte e em mais uma tentativa de suicidar-se (sim, ela tentou várias vezes), Amy conhece alguém que poderá, enfim, lhe dar esperança. 

Filippo Raspail é o homem que entra na vida de Amy, de modo um tanto inusitado ou seria agoniante? Já que ele a impede de se matar. Em troca não recebe agradecimento, apenas o pesar e a raiva de uma mulher desesperada para dar fim a própria vida. O conde Raspail, apesar de ser extremamente gentil, não se abre para o amor desde uma desilusão amorosa que teve ainda na juventude. Na verdade, Filippo não consegue mais sentir tal emoção, no entanto, a moça misteriosa e bela que cruza seu caminho trará de volta sentimentos há muito adormecidos.

“Filippo, que tentara subjugar a dor por anos a fio, nos seus dias de profunda angústia, chegara à conclusão de que só se conhece a dor da perda quem um dia a sentiu. É aterrorizante, corta como adaga afiada, é áspera e malévola. Envenena a alma, destrói o sorriso e é terreno cultivável da amargura.”


O livro é centrado no desenvolvimento da relação dos protagonistas, a forma como se encontram e passam a se conhecer, dia após dia. Amy carrega muitas dores e não confia em homem algum, como poderia, não é mesmo? Afinal foi vendida por aquele que deveria lhe amar e proteger, depois foi usada como se fosse qualquer objeto barato. Essa é uma obra de ficção, a Chirlei não se aprofunda na descrição das barbáries vividas pela protagonista, mas nos conta, mesmo que não detalhadamente, as humilhações que ela viveu. Apenas pelas breves descrições de Amy percebemos quão terrível é sua existência e a partir daí, podemos deduzir também quão desprezível foi a vida de muitas moças jogadas à margem da sociedade naquela época (não somente naquela época, verdade?). Uma mulher desonrada, era um produto estragado, visto por todos de tal maneira, assim era “normal” que se tornasse “mulher da vida”. Ninguém quer saber como e por que chegou ali, ela apenas está ali e isso é suficiente para fazer julgamentos. E mesmo sendo um livro com menos de 100 páginas, vemos essa realidade retratada em Quando os Céus Conspiram.

“Era uma prostituta, de luxo, mas uma prostituta que fora usada e reusada. Que homem a quereria como esposa? Nenhum. Certamente nenhum. Com vestido bonito e chapéu de seda, ainda assim ela era uma cortesã.”

De início fiquei me perguntando como um conde poderia se envolver com uma prostituta e se a relação de ambos seria crível. Posso dizer que sim, o modo como a autora conduziu o relacionamento dos dois fez com que não soasse fantasiosa a união de ambos. É algo difícil de acontecer naquela época? Sim. Contudo, Filippo é um homem com posses, boas relações e que não se deixa levar por uma sociedade hipócrita. Então, o romance é cativante, mesmo sendo desenvolvido em poucas páginas, torci pelo final feliz do casal.

É uma leitura rápida e agradável de ser feita, eu super recomendo para os fãs do gênero. Quando os Céus conspiram é mais um livro que faz parte do universo de A Estrangeira.

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Mais um item cumprido do #DesafioHistóricoseEu3:

- Ler um romance histórico com menos de 300 páginas.

4 comentários

  1. Ainda não conhecia esse livro, amei demais sua resenha e já quero ler hehe

    http://submersa-em-palavras.blogspot.com.br

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    1. Olá, Monyque!
      Feliz que tenha gostado ♥ É um livro super rápido de ler e muito envolvente, espero que goste ♥

      Bj!

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  2. Amei demais a resenha!
    Adoro o fato da autora se basear em pessoas reais, e no caso dessa cortesã, mesmo que grande parte da história seja ficção, acredito que isso toca o leitor e nos faz refletir ainda mais sobre a posição da mulher nessa época. Fiquei curiosa e super interessada, principalmente por fazer parte do mesmo universo de A Estrangeira, agora quero ler tudinho da Chirlei. Parabéns pela resenha Cailes <3

    Bjokas da Elo!
    http://cronicasdeeloise.blogspot.com.br/

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    1. Oii, Elo!
      Muito, muito feliz que tenha gostado ♥
      A Chirlei é uma escritora incrível, adoro as obras dela e pretendo ler todos os seus livros :-D

      Bj:-*

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